Frederico Filippi: O Sol, o jacaré albino e outras mutações

Apresentação

“””””””””””””””””””São essas conexões invisíveis que o seu trabalho contém, mas não apresenta. Ele é em si mesmo a invisibilidade das relações inexplicáveis, da cultura e da natureza se amalgamarem ao ponto de nos aproximarmos juntos de certo entendimento que não se esclarece, mas iluminam negramente a proximidade que podemos ter da incompreensão.

 

............ o giro continuo em si mesmo e em torno do que nos move, a contradição harmônica entre linguagem e mundo, entre pintura e a radicalidade de uma escrita que se desinteressa pelo seu leitor...................

 

Se o desenvolvimento não significa em nada uma evolução, mas apenas um simples desejo egoísta de tê-la, se um método de realização apenas gera a destruição do destruidor, mata seu mote e retira o desejo que apenas deseja, nada pode ser genuíno, apenas o que é invisível pode sê-lo.

O que importa é que não há explicativa, não há justificativa alguma que possa dar conta de toda essa inviabilidade que nos é tão aparente. A mutação, o hibridismo, a contradição harmônica e a combinação aleatória que nos permite ser (e não ver), em seu trabalho o erro da compreensão, de perceber as relações entre cultura e natureza de modo silencioso, sem reação alguma, é a melhor ação para o que nos já está dado, oferecido sem pedido, nem desejo algum:

 

O que precisamos dizer é > você não sabe pintar. É que você não sabe esculpir, não desenha, é que tu detêm tudo mas em tudo tu se cria sem saber, existe parcialmente em tu que toca e isso transforma em pintores, escultores, desenhistas esquisitos e incrivelmente obscuros, intrigantes.

 

Que a representatividade mata toda a inventividade, sabemos, que a nova metáfora do mundo é a literalidade dos acontecimentos em exagero, tanto em quantidade como em realidade, estamos percebendo, mas que entender como tudo procede invisivelmente não é necessariamente fazer cambiar las cosas, mas mantê-las em seu espetáculo mais lindo. Apenas reconhece-las.

O positivismo é inverter o polo negativo, o negativismo é manter-se positivo. Que um release nunca exista para dar conta de ti, pois em ti e no que bota no mundo não se justifica ou se apresenta, é. Manteremos assim o que é invisível invisivelmente em nossos atos.

Leonardo Araújo

Vistas da exposição
Obras