Rodrigo Bivar: Sal

A Galeria Athena tem o prazer de apresentar a exposição individual Sal , de Rodrigo Bivar.

Sal é a segunda mostra que o artista radicado em São Paulo realiza na Galeria Athena, em Botafogo. Dessa vez, cerca de 8 pinturas inéditas entre grandes e pequenos formatos, ocuparão a Sala Casa.

 

Existe nas pinturas em exposição um mote que as conecta e que o próprio título nos ajuda a decifrar. O sal é elemento base das águas dos mares e oceanos, e, toda vez que adentramos neles e secamos ao sol, ficam em nossos corpos as partículas salgadas, enquanto a água evapora. Bivar explora metaforicamente a maneira como a salinidade encontrada nas praias permanece em nossos corpos, secam, e, nesse caso, transformam-se também imagens.

 

Bivar comenta que “o que agrupa as pinturas é a temática do sal. Mas não necessariamente a minha pintura tem a exuberância da praia, essa coisa do prazer praiano. Tem um pouco disso em algumas telas, mas tem outras que são meio melancólicas em certo sentido. Mas o sal é, antes de tudo, uma ideia de algo que gruda, que fica, que permanece no corpo, mesmo depois que a gente sai da praia. Não produzo essas pinturas na praia, mas sim no ateliê que fica a 400 km dela, de onde essas imagens são feitas. É como algo que fica, que permanece”. 

 

No entanto, apesar do mote praiano, as imagens representadas por Bivar não investigam a natureza de uma pintura de paisagem. A paisagem torna-se apenas fundo para os retratos – e aqui o artista se distancia do gênero clássico da pintura de retratos também –, que ocupam o primeiro plano das telas de tinta óleo, geralmente demarcadas por uma linha do horizonte que separam os espaços de cor das figuras representadas. Em duas obras menores, no entanto, o artista explora o retrato dos personagens sem identificar nelas a perspectiva da linha do horizonte, colocando-as nesse lugar/não-lugar, que, não fosse o conjunto, poderia deixar o espectador curioso acerca dessa paisagem imprecisa.