Desali: Quebra demanda
Neste projeto inédito, o artista retoma duas das questões fundamentais de sua produção: o intercâmbio entre a rua e os espaços expositivos, e o desejo de subverter hierarquias, tanto artísticas quanto sociais. Ao mesmo tempo uma exposição em processo e uma experiência coletiva, Quebra-Demanda transforma a Sala Cubo em um espaço de troca e de aprendizagem, e também de resistência.
Os 18 do Front, formado por Desali, Rafael, Yan e todos que quiserem participar, convertem o espaço expositivo em uma espécie de grande unidade de trabalho multimídia. Parte dele será́ ocupado por pinturas inéditas de Desali e um conjunto de vídeos, impressos, peças gráficas, cadernos de anotações, etc., que documentam as pesquisas do artista nos últimos quatro anos sobre o que ele classifica como “Eco Guerrilha”. Esse material vai dividir espaço com bancadas e materiais para produção das pinturas realizadas pelo coletivo e outras ativações, a partir de oficinas ministradas no espaço por Desali e Rafael. O público vai poder participar das oficinas – que ocorrerão ao longo da exposição. Os visitantes também podem participar trazendo para a galeria, a qualquer momento, materiais recicláveis (esponjas usadas, caixote de madeira, óleo de cozinha usado, etc.) que serão utilizados como matéria-prima para os trabalhos do coletivo.
Ampliando sua proposta de alcance e suporte coletivo, as obras produzidas conjuntamente por Desali & 18 do Front serão trocadas por “kits juntas” – cestas básicas com produtos de higiene pessoal e outras necessidades, que serão enviados para familiares de detentos, em Belo Horizonte e Rio de Janeiro. É nessa direção de vencer um obstáculo ou solucionar uma demanda coletivamente que este projeto faz referência em seu título à erva que é muito utilizada em banhos e defumações para combater energias negativas, e abrir os caminhos para a sorte e a prosperidade. No espaço é possível também ouvir depoimentos enviados por detentos e familiares sobre necessidades e experiências dentro do sistema carcerário.
“O projeto é um risco. As pessoas podem não se mobilizar, podemos não conseguir reunir pessoas para as oficinas ou realizar nenhuma entrega de kits. Faz parte do projeto, que é uma proposta de como superar algo coletivamente. É um gesto coletivo de ajuda”, resume Desali.
Junte-se ao nosso mailing list.
* denotes required fields
We will process the personal data you have supplied in accordance with our privacy policy (available on request). You can unsubscribe or change your preferences at any time by clicking the link in our emails.