Frieze London: Londres, Reino Unido

9 - 13 Outubro 2024 
Apresentação
Stand S1
Setor Curatorial  — Smoke 
Curadoria Pablo José Ramírez
Projeto solo — Ayla Tavares

Galeria Athena e HATCH Gallery  têm o prazer de apresentar na FRIEZE Londres, uma apresentação individual da artista Ayla Tavares (Rio de Janeiro, Brasil). Ao estabelecer relações com diferentes momentos do passado para pensar a memória e a vida cotidiana, Tavares elabora novas maneiras de conceber o tempo passado no presente – por meio de artefatos arqueológicos e sagrados.

Para compreender a materialidade em seus emaranhados, a artista dá vida a notações e constelações de objetos de outra maneira, gerando novos corpos proposicionais em relações de estranheza e especulação. Operando manualmente, o processo de Tavares envolve quantidades iguais de artesanato, intuição e fisicalidade, pois ela considera a cerâmica um meio vivo, pois se envolve em uma troca contínua com o ambiente ao seu redor, criando uma sinergia entre corpo e obra de arte que borra as fronteiras entre eles.

A apresentação "Um Passo à Frente e Não Estou Mais no Mesmo Lugar" se desdobra como uma instalação site-specific, como um palco para unificar diferentes temporalidades, e inclui uma série de esculturas de cerâmica em uma variedade de formas, tamanhos, texturas e cores. Essas peças vão além de sua materialidade e forma para evocar a paixão da artista por investigar a natureza concreta e mágica do tempo, reforçando a ideia de imperceptibilidade radical. Ela explora encontros nos limiares da compreensão, da sensação e do conhecimento humanos, ou as possibilidades de relacionamento com o não humano, e a vulnerabilidade e a euforia que estes causam.

A obra-prima de Tavares, Uma forma sempre úmida, composta por diversas peças de cerâmica, unifica-se como um totem ou organismo quimérico imerso em um aquário, com redes de água permeando constantemente sua estrutura. No centro, encontra-se uma pequena esponja de argila, moldada em um formato que lembra uma "cabeça de touro" – um gesto fundamental na prática da argila que marca a gênese de qualquer narrativa escultórica. Esse ato inicial de moldar a argila, preservada em um ambiente perpetuamente úmido, simboliza a sustentação da narrativa e o potencial da criação, mantidos em um estado de perpétua possibilidade.

Orbitando em torno de Uma forma sempre úmida, há uma coletânea de obras de sua série Matéria Matéria, com o formato aproximado das palmas das mãos abertas. Elas funcionam como um catálogo de fenômenos geológicos e cósmicos que são elusivos devido à sua escala temporal ou física. As ilustrações de Matéria Matéria investigam a natureza concreta e mágica do tempo, reforçando a ideia de imperceptibilidade radical. Por exemplo, elas podem retratar a descoberta de uma estrela distante, deslocamentos tectônicos e os padrões intrincados de corais e dorsais oceânicas.

Se a cerâmica é considerada pelos arqueólogos como eterna, testemunha de diferentes sociedades, a água nos permite pensar a genealogia de cada forma e objeto. Ao trazê-los à tona nesta apresentação, Ayla Tavares busca preservar o ato primitivo da criação e dar conta da dinâmica entre mudança e continuidade, espaço e tempo.